quinta-feira, 24 de maio de 2012

Para ser feliz deixe o corpo voltar a pulsar, para sentir o prazer de viver.

O que me faz feliz?

É possível me sentir feliz se assumo posicionamentos ou atitudes não éticas?

Prazer e felicidade são a mesma coisa? Andam juntos?

Onde está a felicidade?

Ou, o que é a felicidade?

Perguntas que todos já nos fizemos ou que nos fazemos constantemente...

Há sofrimentos que necessitam de tratamentos médicos, psicológicos ou psiquiátricos, o que é diferente de “dopar” o sofrer. Isso não nos traz felicidade, somente um descanso temporário, às vezes, até indicado para nossa recuperação.


Um remédio como a quimioterapia, por outro lado, é desagradável de se receber, de se ingerir, traz mal estar momentâneo, mas sempre que possível traz consigo a cura ou sua possibilidade, gerando no mínimo esperança, e essa esperança pode alicerçar a felicidade de alguém.

Portanto, quem busca no prazer sua fonte de felicidade pode ter pegado a estrada errada.

Agora, como pode pretender o homem e a mulher serem felizes sem serem éticos? Falo aqui da ética da amorosidade, esta a mais esquecida das éticas, esta ética à qual Sua Santidade Dalai Lama dedicou um livro: “Uma ética para o novo milênio”.

Não há felicidade possível sem ética, aquela construída pelo respeito a todo o senciente, com altruísmo, com compaixão e ternura, com responsabilidade por nossos atos e opiniões.

O homem e a mulher não éticos são também não coerentes, e essa incoerência gera conflitos imensos em suas mentes que impedem a possibilidade da felicidade.

Na prática da crueldade há muito poder e prazer. O que gera uma falsa sensação de felicidade.

Na prática da tolerância e da compaixão pode haver uma sensação irreal de fraqueza ou de perplexidade, para quem assiste, mas o estado íntimo de vitória sobre si mesmo leva também à conquista de um estado de espírito feliz.

Aristóteles caracterizava a felicidade como um objetivo visado por todo ser humano e esta felicidade também poderia ser entendida como um bem-estar, principalmente com relação a algo que se realiza. Para este filósofo a noção de felicidade é central à ideia da ética, porque ela só ocorre quando se obtém algo que foi bem feito, correspondente a excelência humana e esta seria dependente de uma virtude ou de uma qualidade de caráter que tornasse possível sua realização.

Assim acreditem, ética e felicidade andam de mãos dadas.

Por fim, não posso deixar de dizer que felicidade, como ensina o filósofo, educador, teólogo Rubem Alves, anda onde está o menino que vive em cada um de nós... Porque responsabilidade e seriedade nada têm que ver com sisudez, ranzinzices ou mau humor.

Ensina-nos Rubem Alves que quando nos tornamos adultos e vestimo-nos como tal, às vezes, começamos a nos comportar de um jeito mal-humorado, chato, aborrecido e isso, segundo o autor é uma doença grave chamada adultice, e para se curar só tomando chá de criança. Ai, dá-lhe subir em árvores, chupar fruta no pé, balançar, dançar, correr, chutar bola, brincar. Esse Rubem Alves sabe das coisas.

Mexer o corpo, mexer a mente entediada. Suar de brincar, de rir, de rolar no chão com o filho, o cachorro, na areia da praia.

Voltar a pulsar, a viver.

Para ser feliz deixe o corpo voltar a pulsar, para sentir o prazer de viver. Volte a olhar para aquele que está do seu lado ternamente, põe doçura de novo no seu olhar. Deixe sua alma voltar a amar e a ter esperança nessa sua vida.

Volte a ser pequeno por dentro. Tenha coragem...não tenha vergonha.

Para ser feliz é preciso de pouco. Precisamos primeiro gostar muito de nós mesmos. Manter a fé e a esperança acesas. Pul. Ser ético.sar. Respirar E claro, manter o melhor de nós vivo em cada ação, em cada pensamento: a criança que vive e saltita dentro de nós.

Felicidades a todos!!

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